15.4.05

Inanição

Ata-me fome
E castiga quem come
Mata-me fome

Alhures

Alheio
Fora do esteio

Lacônico
Fora do icônico

Bucólico
Fora do simbólico

14.4.05

Ramerrame

Belo Horizonte, 11 de abril de 2005 (segunda-feira) – 23:23

Não ouso
Respiro
Levanto
E me viro

Se fogo
Não vejo
Afasto
O ensejo

Não faço
Progresso
Consumo
O processo

Se claro
Padeço
É certo
Mereço

Não julgo
? Devia
Sensato
? Seria

(N)a terra
Esterco
A vida
Que cerco

Não falo
Nem gozo
Tramito
E toso

Se canto
A medra
Tropeço
Na pedra

Não verso
E tento
Escrevo
Tormento

Se quero
Aresto
O dito
Empresto:

"Êta vida besta, meu Deus!"

11/04/2005 – 23:44

6.4.05

Pertubação II

Visto o morto já posso ir
Ele jaz sob olhares tortos
Sepultado sobre os velhos mortos
Eu parto, Ele não pode partir

Tenho pena do pobre martir
Cenho fechado esconde um grito
Deixem-no ir! A muito tenho dito
Mas o abutre ainda não está farto

Passo a passo envolvem o mito
Fato é que ele já é fato
Porém fica o imenso hiato
E calado para sempre o benedito