27.10.06

Enluarado eu?

Aconteceu de um céu ser lindo
Onde a lua já quase dormindo
Seguia meus olhos toda sorrindo

Bruno Milagres 26.10.06 SP "Sim aqui também tem céu e lua. Estrela só nos olhos..."

Quinta

Foi um dia repleto de pequenas insignificâncias
conversas curtas
café morno
cigarros
ah meus amigos cigarros
são sinceros em suas mentiras

Mas foi completo de pequenas esperanças
sorrisos sensíveis
sobremesas
presenças
como sinto suas presenças
sussurros de tão longe

A noite quente não traz sonhos leves
mas têmporas brilhantes
lençóis úmidos
marcados na pele clara
em vermelho rubro
nos olhos fundos de sono

A noite traz cintilâncias
sempre silenciosas
fatais

Bruno Milagres 26.10.06 SP "Tragam uvas negras, tragam festas e flores, tragam incenso e odores."

26.10.06

Recomeço

Começo do meio do caminho
Começo do dia fim da noite
Começo da noite fim do dia
Começo aqui

Ela me enfeitiçou

Meio confuso entro no meio
Meio do dia meio-dia
Meio da noite meia-noite
Meio não tem lugar

E não resisti

Findo por aqui no fim
Fim do dia já é noite
Fim da noite já é dia
Fim. Agora sorria!

Um fim é sempre um recomeço.

Bruno Milagres 25.10.06 SP/RJ "Tarde da noite no limbo entre o Rio e SP. Para Alessandra"

25.10.06

In Terra

Que aço
há de ser forjado
em afiado punhal?

Que traço eu
que não passado
em meu enfado invernal?

Secas substâncias
se-di-men-ta-das
ranhuras rascantes
Refinadasss
ao corte da navalha
precisa!
E tesa

Mecas
sob instâncias de ânsias
penúrias, lamúrias
em brochuras

Do Fim
apenas
o Devir
eterno das agruras

Reviver

Será
a Vida
ávida
Dívida?
A dívida Diva
A Diva
ares...

24.10.06

316

Move!... Move!... Move!... Move!... Ainda sem respostas!...
Sorve!... Continuemos por aqui!... Ainda e sempre
posta a mesa, o menino se senta e instável toma seu leite
Corre!... Lança jogada de si para além

Despropósito

Palavras?
Não sei mais
Não As utilizo mais
Perdi ou
abandonei
O "dom" que nunca tive
in quieto
Borrisco
Os erros de incontáveis...
eras

20.10.06

20.10

Hj o dia parece aquela piscina vazia do sítio, cheia de folhas secas e à espera de uma boa limpeza e de água e de crianças e de boias e pingos e risos e cores.
E não este azul esmaecido.
Passava faceira,
têz dourada,
plantando a planta do pé na areia.

As curvas, lascivas
na quase não-roupa,
a cada passo as ancas oscilam.

Quem quer que visse, diria:
"Como é gostosa essa língua portuguesa!"

18.10.06

Caminho Pelo Gelo

Gelo e neve e a tempestade nos cobria
de gelo e neve cobria a colina
cobria a tarde, a textura do gelo
e da neve na boca doce e gélida
cobriam outros mais
Refúgio do gelo e da neve
só poderiamos encontrar debaixo
numa velha dimansão castelo coberta de neve
dimensionada e espiritualmente colocada
em nosso caminho de gelo.

"Não vá por ai"
"Porque..."
"Já estive aqui"
Estendendo uma das mão para os ceus gélidos
anuncio a chegada sobre o gelo
"Peço refúgio do frio e da neve
aos anfitriões de gelo desta dimansão"
"Sou eu quem vos pede calidamente"

E surge dos pontos cegos da visão
pelo branco e pelo dourado
enevoado e gelado o guardião
mítico, misterioso e esquálido

"Você possui a chave"
"Chave?"
"Você possui... a chave?"
"Chave?"

...e escutei por toda a imansidão branca
gelada, enevoada... enquanto acordava...

"A chave"

São Paulo

A urbe é um grande estômago que vai comendo o meu ônibus conforme eu me aproximo.

...

Hmmm, onde eu vou jantar hoje?

17.10.06

Poema de Relance

Calmamente olho de relance
tentando ser displicente talvez
o entrance das pernas e o rebolado cadente
do excelente par de coxas ao meu lado

E não consigo É claro!
meus olhos petrificados nada podem
contra o balance das serpentes
em seu hipnótico chacoalhado

E claro ela percebeu o bom olhado
mas terminei-o reticente
como querendo completamente
pelo encanto ser encantado

16.10.06

Um petardo de rancor

A espinha congelada
A garganta seca e a voz calada
Acreditar no que se pressente
Ou dar de presente o silêncio
De mão beijada

A espreita

O campo vertente em teu sangue
Vertigem do vento e vendeta
A espingarda em brasa
Os olhos queimando o capeta
O grito seco num pombo sem asa

A colheita

A coruja vigia o cenho
Fechado e amaldiçoado
Paz de espírito já não tenho
Nem por isso serei apedrejado
Mas tenho o coração partido

13.10.06

Poesia de Outubro

Pelejo pra lembrar
aquela melodia tão bela
tremulo meus lábios em dó
sem pena, anoto o mesmo
Começa lento
depois uns galopes
até desenvolver e já
não sei se era mesmo essa

11.10.06

Meninoite

Dorme dorme sob a cama
Debaixo e De'olhos bem abertos
"BEM ABERTOS"
Tem travesseiro travesso
E almofada mofada
Luz de lanterna já fraquinha
E uma estrelinha colada
Quem vem vem do corredor
Da porta Atrás da porta
Gatinha com olhos de agata
Peixinho brilhando de amor
Não devia brincar à noite
Quando a malvada lua te mata
Mamãe sempre diz Em cima
Dorme dorme sobre a cama
Plockti plockti já Vem vindo
Beijinho de boa noite
Sempre finjo estar dormindo

9.10.06

Pingoletras

pingo
letras
salgadas
,
,,

,

Lei-ri-looooo

queria ter asas de anjo
para voar ate seus sonhos
e tocar meu serelepe banjo
ohh lei-ri-looooo

Noite de Outubro - Adoro esta palavra "serelepe"

8.10.06

Nós Dois

Sonho cada loucura
outro dia sonhei com você
uma só doçura
mas nós dois sabemos
tamanha a amargura
o ressentimento
que ainda mantemos
não existe cura
sem um bom remédio
ou tratamento
ficamos por muito tempo
por demais apertados
e quando fomos desatados
ficou do nó a falta
ausente
sonho e loucura
sempre que se mistura
o amargor `a doçura
não se esquecerá
do sabor , da textura
do paladar
sonhei com vc
doce como sempre

Estrela

Uma grande saudade
Apesar de um oceano
Vai felicidade
Voando dar-lhe um beijo

6.10.06

Qualquer Um

Passo três dias sem te ver
E já fico vendo fantasmas
Não! Não tenho medo do chuvisco
Espero o minuto derreter
Pingolear da janela

Me pego falando sozinho
Olhando para o nada
Ou para o tudo que deixou
Espalhado como sempre
Difícil é esquecer

Rabisco qualquer coisa
No jornal cheio de palavras
Toca o telefone
E não é você

Nunca é você

Passam-se meses em dias
Não sei mais quem espero
Tampouco sei porque espero
Será que te imaginei?
Imagina? Eu louco?

Me desespero
E meu desespero vira chuvisco
Dos meus olhos pingoleados
Derreto em minutos Fantasmas
Difícil é esquecer

Bruno Milagres 06.10.06
"Mas o meu coração de poeta projeta-me em tal solidão"