Quão misterioso  é um olhar.
As vezes olho e sinto medo.
Às vezes sinto relâmpagos num  entreolhar.
Às vezes sinto vontade  de chorar..
Por vezes vi brilho e senti fogo.
Por vezes senti frio e  vi minha solidão.
Quantas vezes não desviei o olhar.
Quantas vezes não  fiquei hipnotizado.
Quão breve é um olhar.
Quantas vezes me lembro de  antigos olhares.
Quão demolidor é o olhar vítreo do morto.
Incrível como a  vida passa a nossos olhos.
Como estes nos revelam os sentidos.
E como nos  amarguram.
Quão incapaz é o olhar cego da paixão e desiludido o do amor.
23.9.05
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