Sensações adversas
Em brandas ondas de frio e desequilíbrio
Os lados do quarto em posição inversa
Os fragmentos de ontem
Lembranças de desconexas conversas
Os lados desalinhados do quadro
Os olhos de esquadro em suas cavidades
Parecem cidades, efeito de fictício colírio
Pelas luzes de ontem embriagados
Os olhares de ontem
A gravidade parece hoje ter aumentado
Fustiga o corpo que na cama fora jogado
Cama que por sua vez possui invisíveis braços
Que comprimem em delírio feito firmes laços
Que tornam o levantar mais difícil
Que sufocam e o desconforto tornam ainda maior
Efeitos subliminares nas peredes pendentes
Lá fora o brilho de mil estrelas cadentes
E aqui dentro um enorme sacrifício
Por outrora feito em pleno juízo
Inocentado pelas adversidades
Bruno Milagres 23/03/06 SP "Gosto de ontem na boca, cheiro de ontem no corpo, mente nas memórias de ontem. Talvez a ressaca seja uma forma de punição pela viagem no tempo."
23.3.06
Primeiro dia dos três de ressaca no céu
Deixo a vaca
e vou pro brejo.
Beijo esquecido é saber
Noite passada passou
Na lamúria:
rema, rema, rema dor
já rimava o salvador
e vou pro brejo.
Beijo esquecido é saber
Noite passada passou
Na lamúria:
rema, rema, rema dor
já rimava o salvador
20.3.06
Trai são
Abre tuas entranhas
Revolve tua diminuta consciência
Acorda tua besta interior
Adormece em teu inútil sacrilégio
Ergue-te em artimanhas
Obra-te em ardis sem importância
Cai mais uma vez em estertor
Salva tua pele em sortilégio
Ah, pobre clamor de tuas sanhas
Crês que não faltaste sapiência?
Gritas, tua voz em estentor
Achas que saíste, então, egrégio?
De omni re scibili
Voluntas tua
In cælo et in terra
Revolve tua diminuta consciência
Acorda tua besta interior
Adormece em teu inútil sacrilégio
Ergue-te em artimanhas
Obra-te em ardis sem importância
Cai mais uma vez em estertor
Salva tua pele em sortilégio
Ah, pobre clamor de tuas sanhas
Crês que não faltaste sapiência?
Gritas, tua voz em estentor
Achas que saíste, então, egrégio?
De omni re scibili
Voluntas tua
In cælo et in terra
14.3.06
Não sou poeta
Não sou poeta
Sou bandido
Roubo inspiração
Em sua musa
Assalto a mão armada
Atiro de canhão
Sou eu quem abusa
A cada palavra
Disparo em semifusa
Metralho o coração
Que tudo destrói
Como na canção
Sou herói
Não sou poeta
Sou bandido
Bruno Milagres 14/03/06 "Na tela vermelha o corpo estendido no chão"
Sou bandido
Roubo inspiração
Em sua musa
Assalto a mão armada
Atiro de canhão
Sou eu quem abusa
A cada palavra
Disparo em semifusa
Metralho o coração
Que tudo destrói
Como na canção
Sou herói
Não sou poeta
Sou bandido
Bruno Milagres 14/03/06 "Na tela vermelha o corpo estendido no chão"
São Gêmeos
Sinto algo que urge no centro
Das coisas que são e não são
Dos caminhos perdidos em vão
E das metamorfoses de dentro
Surgem avessos às banalidades
Das múltiplas personalidades
Uma unidade de alma enigmática
Um casal gêmeo de face oculta
Suas qualidades são como vinho
Feitas de sabores escondidos
E de controlada maturidade
Seus defeitos dois bolores
A total falta de ingenuidade
E a descrença nos amores
Sinto uma fatal iniquidade
Nas consequências da vida adulta
Nos caminhos encontrados ou não
E na castidade impoluta.
Bruno Milagres 13/03 SP "Os dois lados do espelho se misturam em solução adversa."
Das coisas que são e não são
Dos caminhos perdidos em vão
E das metamorfoses de dentro
Surgem avessos às banalidades
Das múltiplas personalidades
Uma unidade de alma enigmática
Um casal gêmeo de face oculta
Suas qualidades são como vinho
Feitas de sabores escondidos
E de controlada maturidade
Seus defeitos dois bolores
A total falta de ingenuidade
E a descrença nos amores
Sinto uma fatal iniquidade
Nas consequências da vida adulta
Nos caminhos encontrados ou não
E na castidade impoluta.
Bruno Milagres 13/03 SP "Os dois lados do espelho se misturam em solução adversa."
Ilha Noturna
As estrelas cochilam
Num zum zum brilham
Iluminam em centelhas
Mil pontinhos de sonhar
Bruno Milagres 14/03/06
Num zum zum brilham
Iluminam em centelhas
Mil pontinhos de sonhar
Bruno Milagres 14/03/06
Manhã de Cinzas
Fica um gosto estranho na boca
Como o café que esfriou
Com a janela aberta
A chuva fina
Lá fora distante
O mar de ressaca
Na cama coberta
Desconfortante
Sonho sem sono
Um frio na alma
Outro cigarro
Sem nenhum calor
O cinzeiro de barro
Os olhos cheios
De secas lágrimas
A banheira morna
Luzes apagadas
O chão molhado
Minhas pegadas
Por toda parte
Restos de nada
O barulho do dia
O silêncio da noite
Morrem as notas
E as palavras
Escorrem
O som do relógio
Passa um tempo
Que passa devagar
Inutilmente
Não quero mais
Estar tão sóbrio
Tão incapaz de estar
Sinto um gosto
De desgosto
E agora?
Bruno Milagres 01/03/06 SP "É hora de esvaziar os cinzeiros e de secar as lágrimas".
Como o café que esfriou
Com a janela aberta
A chuva fina
Lá fora distante
O mar de ressaca
Na cama coberta
Desconfortante
Sonho sem sono
Um frio na alma
Outro cigarro
Sem nenhum calor
O cinzeiro de barro
Os olhos cheios
De secas lágrimas
A banheira morna
Luzes apagadas
O chão molhado
Minhas pegadas
Por toda parte
Restos de nada
O barulho do dia
O silêncio da noite
Morrem as notas
E as palavras
Escorrem
O som do relógio
Passa um tempo
Que passa devagar
Inutilmente
Não quero mais
Estar tão sóbrio
Tão incapaz de estar
Sinto um gosto
De desgosto
E agora?
Bruno Milagres 01/03/06 SP "É hora de esvaziar os cinzeiros e de secar as lágrimas".
9.3.06
"tudo já foi feito" "uma ova" "talvez" "outra vez"
Um certo Paul cantava suas músicas
e um certo Paul estava certo
pois nem toda arte
se perde com o tempo
e nem toda fala vem de quem disse primeiro.
Enquanto um morre
e aprofunda na areia dos sonhos
o outro continua e o ouvimos cantar.
Hoje é dia de histórias
e achamos tão infantil os 19, os 18 e os 17
que até parece brincadeira,
maçã na cabeça,
navio a vapor
ou até caixa preta,
mas pior são os 20
com os quadrados e triângulos
parencendo aviões
ou carros e avenidas
pela tela de um celular.
e um certo Paul estava certo
pois nem toda arte
se perde com o tempo
e nem toda fala vem de quem disse primeiro.
Enquanto um morre
e aprofunda na areia dos sonhos
o outro continua e o ouvimos cantar.
Hoje é dia de histórias
e achamos tão infantil os 19, os 18 e os 17
que até parece brincadeira,
maçã na cabeça,
navio a vapor
ou até caixa preta,
mas pior são os 20
com os quadrados e triângulos
parencendo aviões
ou carros e avenidas
pela tela de um celular.
Para uma Flor
Hoje sou Matisse
E te dou o tom de minhas cores
Hoje sou Monet
E te dou detalhes em aquarela
Hoje sou DaVinci
E te dou ares de donzela
Hoje sou Picasso
E a espelho em meus amores
Bruno Milagres 09/03/06 SP Para uma Flor
E te dou o tom de minhas cores
Hoje sou Monet
E te dou detalhes em aquarela
Hoje sou DaVinci
E te dou ares de donzela
Hoje sou Picasso
E a espelho em meus amores
Bruno Milagres 09/03/06 SP Para uma Flor
8.3.06
Minha poesia
Minha poesia fala de mar e de amor
Fala ao vento nas velas da vida
Fala ao fogo com seu ardor
Fala na ferida e na dor
Na alegria que é contida
E no silêncio de um clamor
Minha poesia foi feita para ser cantada
Para ser sentida e derramada
Para dedicar a mulher amada
Para nunca ser esquecida
Foi feita feito espada
Para ser brandida
E no coração espetada
Ah poesia adolescente
Insolente em valentia
Briga com tal galhardia
Que me arranca boa gargalhada
Ah poesia dormente
Quer acordar derepente
Em bela nau entalhada
Tatuada em tua mente
Bruno Milagres 08/03/06
Fala ao vento nas velas da vida
Fala ao fogo com seu ardor
Fala na ferida e na dor
Na alegria que é contida
E no silêncio de um clamor
Minha poesia foi feita para ser cantada
Para ser sentida e derramada
Para dedicar a mulher amada
Para nunca ser esquecida
Foi feita feito espada
Para ser brandida
E no coração espetada
Ah poesia adolescente
Insolente em valentia
Briga com tal galhardia
Que me arranca boa gargalhada
Ah poesia dormente
Quer acordar derepente
Em bela nau entalhada
Tatuada em tua mente
Bruno Milagres 08/03/06
SonhadElla
Sonho acordado
Ao som de Ella
Sem que eu perceba
Ela se revela
Ao meu lado
Me and Ella
Palco iluminado
A elegância e beleza
De uma voz bela
E um sapatiado
Eu e Ela
Pelo todo arrepiado
Mãos de incrível leveza
Um riso só dela
E um beijo molhado
Ao som de Ella
Eu sonho
Um sonho bom, um sonho Bortolon...
Bruno Milagres 08/03/06 SP
Ao som de Ella
Sem que eu perceba
Ela se revela
Ao meu lado
Me and Ella
Palco iluminado
A elegância e beleza
De uma voz bela
E um sapatiado
Eu e Ela
Pelo todo arrepiado
Mãos de incrível leveza
Um riso só dela
E um beijo molhado
Ao som de Ella
Eu sonho
Um sonho bom, um sonho Bortolon...
Bruno Milagres 08/03/06 SP
3.3.06
Sorria
Sonhei que sorria
Ah, daquele jeitinho
Pena que logo veio o dia
Mas aquele gostinho
Ah, o gosto da noite que fica
Ainda sentia
De olhos fechados
Na boca
Fria
Bruno Milagres 03/03/06 SP, "Alegria, alegria, é manhã de um novo dia."
Ah, daquele jeitinho
Pena que logo veio o dia
Mas aquele gostinho
Ah, o gosto da noite que fica
Ainda sentia
De olhos fechados
Na boca
Fria
Bruno Milagres 03/03/06 SP, "Alegria, alegria, é manhã de um novo dia."
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