Fica um gosto estranho na boca
Como o café que esfriou
Com a janela aberta
A chuva fina
Lá fora distante
O mar de ressaca
Na cama coberta
Desconfortante
Sonho sem sono
Um frio na alma
Outro cigarro
Sem nenhum calor
O cinzeiro de barro
Os olhos cheios
De secas lágrimas
A banheira morna
Luzes apagadas
O chão molhado
Minhas pegadas
Por toda parte
Restos de nada
O barulho do dia
O silêncio da noite
Morrem as notas
E as palavras
Escorrem
O som do relógio
Passa um tempo
Que passa devagar
Inutilmente
Não quero mais
Estar tão sóbrio
Tão incapaz de estar
Sinto um gosto
De desgosto
E agora?
Bruno Milagres 01/03/06 SP "É hora de esvaziar os cinzeiros e de secar as lágrimas".
14.3.06
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